Na semana passada, fui entrevistada por um telejornal local (que chique, rsrs) para uma reportagem sobre a diferença salarial entre homem e mulher. Em pleno século XXI, nós, mulheres, ainda ganhamos menos do que os homens. Dá para acreditar? A matéria foi feita porque o IBGE divulgou, no dia 25, que as mulheres chegam a ganhar até 20% menos que os homens (a última pesquisa indicava que nosso salário era 30% menor).

Como trabalho com Gestão de Pessoas, a repórter me perguntou se essa diferença poderia ser explicada pela falta de qualificação das mulheres. Mas essa não é a explicação, porque as mulheres estão estudando mais do que os homens. Sim, estamos em maior número nas universidades, portanto, estamos nos qualificando para cumprir as exigências do mercado de trabalho. Então, o que explica essa diferença?

Preconceito. Infelizmente, essa é a explicação. Desde a Idade Antiga, a mulher foi vista como um “ser inferior”, cuja função na sociedade se limitava a desempenhar bem os papéis de mãe e esposa. Já na Idade Moderna, sua força de trabalho foi solicitada pelas fábricas que surgiram com a Revolução Industrial, mas seu salário era muito menor que o dos homens. Depois, durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial, mais uma vez ela voltou a se destacar na indústria, pois os homens estavam na guerra e a economia não podia parar, mas ainda com salários inferiores. Com a década de 60 e a revolução feminista, mostramos que também queríamos estudar e conquistar nosso espaço.

A partir daí, mostramos que é possível conciliar vida pessoal e profissional sem interferir em nossa produtividade. As mulheres estão brilhando cada vez mais em áreas antes consideradas exclusivamente masculinas. Estudam e investem em cursos de aperfeiçoamento. Provam que possuem características fundamentais para exercerem a liderança com sucesso. São proativas e competentes. Entretanto, nas empresas, 80% dos altos cargos ainda são ocupados por homens.

Mas o que podemos fazer para mudar isso? Não temos outra escolha a não ser continuar lutando para mostrar todo nosso valor, preparo e competência. Se aceitarmos essa situação e nos resignarmos, o próximo levantamento do IBGE pode trazer dados ainda mais desanimadores…